Estou fazendo justiça a uma pessoa que
foi muito importante para arbitragem brasileira e contrariando o velho chavão
do futebol que diz: “Time que está vencendo não se mexe”, a CBHb mudou e
retirou o Prof. Sálvio Sedrez do cargo de diretor de arbitragem.
Estou no handebol desde o seu inicio em
Pernambuco (1970), fui árbitro durante varias décadas, conheci todos que
passaram pelo cargo de diretor da arbitragem nacional, e sem nenhuma dúvida
Sálvio Sedrez foi o diretor mais correto, mais justo e coerente! Foi tão bom
que nem um chato como eu conseguiu reclamar dele, pelo contrário, tenho que
elogiar a sua postura, pois tudo o que ele prometeu e anunciou foi cumprido em
100%. A arbitragem de Pernambuco cresceu muito com seu trabalho, pois ele motivou
a todos integrantes do quadro nacional e aos demais capacitou para que ingressassem
no quadro nacional, por tudo dito e o que não foi dito resolvi fazer uma
entrevista como maneira de homenageá-lo
Blogger – Quando começou sua carreira
de árbitro?
Sálvio Sedrez – Lá pelos anos 1977/1978
com 11/12 anos, eu treinava handebol com o professor Armando Gonçalves (Índio)
e já ficava para o treino das meninas para apitar o coletivo. Entrei para a
Federação Catarinense em 1984.
Blogger – Quando ingressou no quadro
nacional?
Sálvio Sedrez – Ingressei com meu
primeiro curso para Nacional “C” em 1993, depois em 1996 fiz curso para
Nacional “B” e em 1997 para Nacional “A”.
Blogger – Fale do seu ingresso no
quadro internacional, Como aconteceu, o que mudou, e qual a importância na sua
vida?
Sálvio Sedrez – Em 2000 fiz o curso
para a IHF. Foram tempos difíceis, não havia Internet e a gente (meu parceiro
Fabiano Pereira e eu) não tínhamos informação como os Europeus tinham. A gente
lia as Regras de cabo a rabo e “decorava” até os números das Regras. Eu cheguei
a gravar as Regras inteiras numa fita K7 para escutar num “walk-man” no ônibus
que nos levou ao Rio de Janeiro para o Pré-curso. Sim, naquela época, havia um
“pré-curso” para escolher os representantes brasileiros. Duas duplas foram
escolhidas e nosso diferencial foi que falávamos Inglês e isso foi bem na época
que o inglês passou a ser a língua oficial da IHF. Após nos graduarmos, nós
queríamos apitar “todas” e fomos derrubando preconceito atrás de preconceito
para conquistar nosso espaço. Comecei a fazer as traduções das Regras para a
CBHb e logo após escrever um livro sobre Arbitragem, veio o convite para a
Direção do Quadro de arbitragem da CBHb e ano passado, culminou com a escolha
do meu nome para a Presidência da Comissão de Regras da PATHF, o que me garante
uma cadeira entre os oito membros que elaboram e melhoram as Regras da IHF que
são usadas por todos. Eu sempre reconheço que nada disso teria acontecido
comigo sem a ajuda da CBHb, dos diretores que reconheceram em mim uma boa
aposta (Jonas Pedrosa, Willian Felipe e Vítor Martinez por parte da CBHb e
Ulisses Fernandes pela FCHb). À todos eles, meu sincero obrigado!
Blogger – O que você deixou de realizar
no comando da arbitragem nacional, e que se voltasse a comandar o faria?
Sálvio Sedrez – Na verdade, eu abri um
caminho para a profissionalização do quadro e com mais tempo, eu acho que
poderia ter implementado alguma coisa nesse sentido. O meu azar foi pegar
quatro anos sem patrocínio forte. Antes era a Petrobrás e agora os Correios,
mas bem na minha época, não teve um grande patrocinador. Com relação aos
Diretores que já passaram pelo cargo, acho que todos eles de uma forma ou outra
contribuíram para termos o quadro de árbitros que temos hoje.
Blogger – Você recebeu muitos pedidos
de escalações de árbitros por parte dos presidentes de federações, isso é
notório, sua saída da direção tem haver com esses pedidos não atendidos, pois
os solicitados não estavam dentro dos padrões estabelecidos por Você ?
Sálvio Sedrez – Veja bem, é comum e até
normal os Presidentes pedirem para que eu veja um determinado árbitro ou
convoque alguém de seu estado para uma competição, mas eu nunca fui
“pressionado” ou “forçado” por algum deles, pelo contrário, minha relação com
todos foi sempre muito respeitosa e no maior nível profissional. Tive
divergência de opinião apenas com um presidente, mas sem maiores consequências.
O que houve, na verdade, é que seria um acúmulo muito grande eu permanecer nas
duas funções (Brasil e Pan América) e o resultado poderia ser uma queda nos
padrões estabelecidos por mim. A indicação do novo Diretor (Ésilo de Mello) foi
feita por mim e prontamente aceita pelo Presidente da CBHb Sr. Manoel Oliveira.
Por sinal, o novo Diretor está fazendo um ótimo trabalho a frente da Diretoria
de Arbitragem e estamos sempre em contato, nos ajudando mutualmente.
Blogger – Você ao longo do período em que comandou a arbitragem
nacional, colecionou mais amigos, mais falsos amigos ou inimigos?
Sálvio Sedrez – Acredito que foram muito mais amigos. Falsos amigos eu
não diria, pois há sempre um jogo de interesses, não poderia ser diferente e
finalmente “inimigos” é uma palavra muito forte, eu diria que houve pessoas que
não concordaram com o ritmo que eu imprimi.
Blogger – Qual o seu contato com os árbitros que foram seus comandados?
Sálvio Sedrez – Eu ainda sou o Presidente da ABAHAND (Associação
Brasileira de Árbitros de Handebol) a qual eu ajudei a fundar. Estou
trabalhando para que tenhamos um seguro de viagem para todos os árbitros do Brasil,
coisa que não demorará muito para acontecer.
Blogger – Gostaria de sua opinião sobre esse blogger, dentro dos padrões
de sinceridade que são características Sálvio Sedrez?
Sálvio Sedrez – Em minha modesta opinião, um blogger tem que ser
independente, mas averiguar a veracidade da fonte de informação. Necessita ter
opinião própria, sem desrespeitar os que têm opinião contrária e acima de tudo,
não comprar briga sem causa, é isso que eu espero deste blogger.
Obrigado Sálvio Sedrez o handebol agradece
Obrigado Sálvio Sedrez o handebol agradece
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